As urnas já estão abertas na Alemanha, onde os eleitores participam de uma eleição antecipada crucial que pode moldar o futuro político da Europa. O conservador Friedrich Merz é o favorito para suceder o atual chanceler Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD).
As pesquisas de opinião mostram que Merz, à frente do bloco da União Democrata Cristã (CDU) e da União Social Cristã (CSU), pode desbancar Scholz do governo. O resultado também é muito esperado para a Alternativa para a Alemanha (AfD), que se posiciona como a segunda força mais votada, podendo até dobrar seu número de representantes em relação ao pleito anterior.
Com 59,2 milhões de eleitores aptos a votar, as seções eleitorais abriram às 8h (horário local) e fecharão às 18h. Dentre esses eleitores, 2,3 milhões são jovens que votam pela primeira vez. Uma eleição que conta com a participação de cerca de 650 mil voluntários, que ajudam a garantir a fluidez do processo democrático.
A campanha eleitoral foi marcada por debates sobre imigração e questões de segurança, especialmente em um contexto onde uma série de ataques recentes atribuídos a imigrantes gerou preocupação. O número de indecisos se manteve elevado, evidenciando um ambiente político dividido.
No momento, o bloco conservador CDU/CSU lidera as intenções de voto com cerca de 30%, seguido pela AfD com 21%. O SPD de Scholz aparece em 15%, enquanto os verdes têm 13% e os socialistas de A Esquerda marcam 7%. Uma incógnita permanece em relação ao Partido Liberal (FDP) e seus possíveis aliados, que enfrentam o desafio de superar o limite de 5% para garantir uma representação no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento.
Os conservadores de Merz já descartaram qualquer aliança com a AfD. A opção preferida é formar um governo com os social-democratas, mas somente sob a condição de que haja concordância em relação à mudança nas políticas de imigração, que priorizam o fechamento das fronteiras para requerentes de asilo.
A situação econômica da Alemanha também está em jogo, uma vez que o país pode entrar em seu terceiro ano de recessão. Os candidatos defendem propostas de crescimento diametralmente opostas, enquanto incertezas persistem devido aos conflitos na Ucrânia e às políticas dos EUA. Merz se comprometeu a ser uma voz forte na Europa, prometendo uma mudança significativa se for eleito, buscando reconquistar eleitores insatisfeitos com a AfD.
A votação que ocorre na maior economia da União Europeia acontece em um cenário de tensões geopolíticas, exacerbadas pelas relações entre os EUA e a Europa, incluindo a aproximação do presidente Donald Trump com o líder russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia.
A Comissão Eleitoral deve divulgar informações sobre o comparecimento às urnas à tarde, e a contagem dos votos começará após o fechamento das seções eleitorais, com os primeiros resultados oficiais sendo esperados à meia-noite. Nas eleições anteriores, a taxa de participação foi de 76,6% e o SPD liderou com 25,7% dos votos.