O aclamado filme brasileiro Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, fez sua estreia nos cinemas britânicos nesta sexta-feira, 21 de fevereiro. A obra tem conquistado uma série de críticas favoráveis na imprensa local, sendo elogiada por sua narrativa poderosa e pela atuação impressionante da atriz Fernanda Torres, indicada ao Oscar de Melhor Atriz. O longa-metragem também recebeu indicações para Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro.
O jornal The Independent descreveu o desempenho de Torres como "magistral", ressaltando que Ainda Estou Aqui "merece plenamente suas três indicações ao Oscar". A crítica destaca a expressividade na linguagem corporal da atriz, mencionando que "tudo está" na sua representação: "Ombros altos, testa tensa e mandíbula ligeiramente projetada para a frente. Ela parece tão orgulhosa e elegante quanto um busto de mármore".
Robbie Collin, do The Telegraph, também elogiou a performance de Torres, considerando-a "hipnotizante" e sugerindo que "ela pode muito bem acabar levando o prêmio de Melhor Atriz na próxima semana". Já Peter Bradshaw, crítico do The Guardian, atribuiu três estrelas ao filme, elogiando "a sutileza e a dignidade do desempenho indicado ao Oscar de Fernanda Torres" e a posicionando como "centro sereno de uma história comovente".
Bradshaw comenta que, apesar das qualidades do filme, ele falha em capturar completamente as emoções extremas que o tema propõe: "Para mim, o filme - na sua lealdade ao autocontrole da própria Eunice - ignora o horror e a raiva que certamente também devem estar presentes em algum lugar desta história".
No entanto, a recepção do filme além-fronteiras permanece positiva. A crítica do Irish Times fez uma curiosa comparação entre Ainda Estou Aqui e Barbie, sugerindo que o filme poderia se tornar um grande sucesso nas bilheteiras, impulsionado pelo forte interesse dos fãs de cinema brasileiros. O The Irish Independent classificou o longa como um "drama soberbo", evidenciando seu papel significativo em confrontar uma dura página da história do Brasil.
A crítica Caryn James, da BBC, afirmou que Ainda Estou Aqui "é muito mais que um azarão na corrida do Oscar". Segundo ela, agora o filme parece ser o favorito na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, enquanto Torres tem uma chance realista de vencer a sua concorrente, Demi Moore, na categoria de Melhor Atriz.
James também observou que atrás das três indicações ao Oscar "está uma mistura alquímica do pessoal, do político e do artístico". Isso se reflete na forma íntima como o filme retrata os efeitos devastadores da política sobre os indivíduos, especialmente em um momento em que a ascensão do autoritarismo começa a despertar preocupações mundiais.
Por sua vez, o The Times considera Ainda Estou Aqui "um dos maiores filmes sobre maternidade", fazendo comparações com clássicos como Mildred Pierce e Room (Quarto, em português). A crítica enfatiza a autenticidade do filme e a transformação de Eunice, personagem interpretada por Torres, cuja incansável busca por justiça e fechamento ao longo de quatro décadas serve como fio condutor da narrativa.
O Financial Times também destaca a relevância contemporânea do filme, abordando o contexto da ditadura militar no Brasil e a resiliência de Eunice Paiva, que busca respostas para o destino de seu marido, Rubens. A crítica aprecia como Ainda Estou Aqui captura de maneira pungente o sofrimento familiar e a opressão da ditadura.
Com uma recepção tão calorosa da crítica, Ainda Estou Aqui promete ser um filme que não apenas entreteve, mas também estimulou importantes discussões sobre a história e a política brasileira. Caso você tenha assistido a essa poderosa obra, deixe suas impressões nos comentários e compartilhe sua opinião sobre a atuação de Fernanda Torres.