A inteligência artificial (IA) tem se mostrado uma aliada poderosa no universo da comunicação e do mercado criativo. O uso dessas ferramentas tecnológicas possibilita a análise e interpretação de grandes volumes de dados em um curto espaço de tempo, fundamentais para o desenvolvimento de campanhas publicitárias, estratégias e até políticas públicas. Além disso, a automação torna a rotina empresarial mais eficiente, beneficiando até setores como recursos humanos.
Uma pesquisa realizada pela IA Brasil, uma organização voltada para o desenvolvimento sustentável na publicidade digital, revelou dados impactantes: quatro em cada cinco empresas mencionaram a utilização de inteligência artificial em suas estratégias de marketing. Entre os benefícios, destacam-se a eficiência operacional em processos de tomada de decisões (49%) e a melhoria na experiência do cliente (34%).
As oportunidades, no entanto, vêm acompanhadas de desafios. De acordo com Luana Kava, coordenadora do curso de Marketing na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), atualmente as habilidades de curiosidade e adaptabilidade são altamente valorizadas. O mercado exige profissionais qualificados, o que tem levado à necessidade de atualização dos currículos nas instituições de ensino superior.
Iniciativas como a do Instituto Mauá de Tecnologia, que acrescentou uma disciplina de edição de imagem em seu curso de Design, são exemplos da adaptação acadêmica ao novo cenário. O coordenador do curso, Everaldo Pereira, exemplifica a transformação: “Uma ilustração iniciada do zero que a pessoa levaria 8h para fazer e apresentar, hoje pode ser desenhada e finalizada em cinco minutos com a ajuda de um aplicativo”. Embora o software não crie imagens do zero, assegura-se que o toque autoral do artista inicial é preservado para evitar problemas de direitos autorais.
O papel das instituições de ensino não deve ser apenas ensinar o funcionamento de softwares, mas preparar os alunos para um futuro onde a IA será uma constante em suas profissões. Maurício Garcia, professor do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), destaca que, em vez de atuarem isoladamente, os profissionais contarão com ferramentas de IA que ajudarão em suas funções. “Se um jornalista precisa fazer uma reportagem sobre o mercado de petróleo, pode contar com um assistente virtual especializado”, diz ele, ressaltando que essa tendência se aplica a todas as professions.
As novas tecnologias, como a realidade aumentada e virtual, têm criado nichos em áreas como exposições e museus, onde os usuários interagem com os conteúdos de forma imersiva. Essa experiência é cada vez mais apreciada por gerações que valorizam um grande volume de informações. Para desenvolver esses conteúdos, é necessário um profissional com habilidades que combinem criatividade, inovação e conhecimentos técnicos, segundo Luana Kava.
No entanto, a grande quantidade de informações disponíveis exige curadoria humana, indicando uma nova demanda por profissionais que não apenas se comuniquem, mas que também saibam engajar e moderar comunidades online. Profissionais com domínio das ferramentas de IA poderão analisar sentimentos expressos nas redes sociais e prever tendências de comportamento, como enfatiza Luana: “O desafio é usar essas ferramentas sem perder a autenticidade”. O público anseia por interações reais, longe de respostas genéricas fornecidas por robôs.
A pesquisa da IAB Brasil reforçou que 61% das empresas acreditam que a IA elevou a criatividade na comunicação, e 51% delas se sentem mais próximas dos consumidores devido ao uso dessa tecnologia.
Enquanto alguns docentes estão otimistas em relação às transformações no mercado de trabalho, reconhecem também que a revolução causará a restrição de certas funções, especialmente em setores como o telemarketing. Porém, surgirão novas oportunidades em áreas emergentes, como machine learning e cibersegurança. Pereira alerta que os trabalhadores que não se adaptarem às mudanças terão dificuldades: “A necessidade de adaptação é crucial, e aqueles que não perceberem que o mundo está mudando ficarão para trás”.
Luana acrescenta que essa adaptação não está relacionada a uma questão geracional: “Quem se abre para aprender e inovar sempre encontrará espaço no mercado”. Garcia complementa que a presença de bots e avatares exigirá a atuação de jornalistas que entendam o assunto e saibam direcionar as perguntas adequadamente. Ele afirma que há um vasto espaço nas profissões para a criação de estruturas que realmente permitirão que a tecnologia impacte positivamente o futuro do mercado de trabalho.
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