A atriz Erika Januza recorda com carinho o dia em que recebeu o convite para ser a rainha de bateria da Unidos do Viradouro, escola que foi campeã do Carnaval 2024. "Primeiro o convite veio da assessoria fazendo uma pré-consulta para ver se eu aceitava, achei que era um trote (risos). Depois o presidente me ligou e falou que era verdade. Fiquei um tempo sem acreditar, porque sou muito apaixonada pelo Carnaval, e a Viradouro é uma grande escola", desabafa ela em uma entrevista exclusiva.
Quando recebeu o convite para liderar a Furacão Vermelho e Branco, comanda por Mestre Ciça, a Viradouro acabava de quebrar um jejum de 23 anos e se consagrar campeã do Carnaval 2020. "Ser rainha de bateria é uma enorme responsabilidade, pois sei o quanto as pessoas se dedicam ao Carnaval. Escolher uma rainha é uma honra que requer uma pessoa que represente bem o nome da escola", opina.
Atualmente, no quarto ano como rainha, Erika expressa como se sente conectada à escola. "Hoje eu me sinto parte da comunidade. Quando entendemos e respeitamos aquele espaço, passamos a ser parte dele, e assim me sinto. Sou o que chamam de 'rainha artista', mas honro e respeito o posto que ocupo", explica.
Erika enfrenta várias cobranças tanto do público quanto de si mesma. Para lidar com essas pressões, ela se prepara física e emocionalmente para os desfiles. "Desde a época dos ensaios, há muita pressão sobre o jeito de dançar e a aparência. As pessoas julgam tudo o tempo todo, e é preciso ter sabedoria para lidar com isso, já que a internet pode ser um espaço sem limites", observa.
A atriz admite que equilibrar sua carreira de atriz com os compromissos como rainha de bateria não é uma tarefa fácil. "Gravei a série Arcanjo Renegado enquanto participava dos ensaios da bateria. Saía dos ensaios para gravar e vice-versa. Para mim, faltar não é uma opção", afirma.
Embora não seja uma frequentadora assídua da academia, Erika reconhece a importância de estar com a bateria. "Treinar com a bateria é a melhor preparação, pois isso me condiciona fisicamente e emocionalmente. O contato com a comunidade é fundamental para meu bem-estar", revela.
Ela acredita também que tem um perfil distinto em comparação às outras rainhas. "Eu entendi e aceitei que não serei a rainha 'gostosona' do Carnaval, cheia de músculos. Aceitei isso desde o primeiro ano em que desfilei. Meu corpo é comum, e vou com ele. O que importa é estar saudável e com samba no pé", defende.
A pressão para conquistar mais um título pela Viradouro é significativa, mas Erika se cobra ainda mais. "A Viradouro está sempre focada em conquistar o título. Nos últimos anos, temos estado nas cabeças. Essa pressão é algo que eu mesma coloco em mim", admite.
Erika reforça seu compromisso com a apresentação e pontualidade. "Quero estar sempre bem vestida e começar o desfile junto com a bateria. Não gosto de chegar atrasada. Sou perfeccionista em tudo que faço, seja na atuação, nas publicidades ou na minha vida pessoal. Essa pressão é uma parte de mim, fruto da minha personalidade taurina metódica", finaliza.