Cientistas da Tchéquia encontraram o maior lago termal subterrâneo do mundo em uma caverna localizada no sul da Albânia. Com mais de 100 metros de comprimento, a extensão exata do lago foi confirmada por tecnologias avançadas que permitiram medições precisas. A descoberta ocorreu há quatro anos, mas na época, instrumentos adequados para medir o tamanho do corpo d’água não estavam disponíveis.
A pesquisa foi liderada pelo especialista Marek Audy, que, junto à sua equipe, contou com o apoio da Fundação Neuron, uma instituição que financia investigações científicas na Tchéquia. Em 2024, a equipe retornou à caverna munida de scanners 3D de última geração, permitindo um estudo mais profundo do lago subterrâneo.
A exploração da área apresentou dificuldades além das limitações técnicas. A equipe encontrou obstáculos para investigar a caverna devido a tensões políticas que afetam a fronteira entre Albânia e Grécia, uma região marcada por complexas relações há mais de um século. Dessas dificuldades, muitos cientistas não conseguiam acessar locais estratégicos para suas pesquisas.
Os pesquisadores, enquanto estavam nas proximidades da cidade de Leskovik, notaram uma densa coluna de fumaça erguendo-se de uma cadeia montanhosa. Após investigar a origem da fumaça, eles se depararam com um abismo de mais de 100 metros de profundidade, abrigando um extenso sistema de cavernas e fontes termais.
O lago subterrâneo, que na época foi mapeado de forma rudimentar com os equipamentos disponíveis, mostrou-se uma descoberta extraordinária. Anteriormente, em 2021, a equipe já havia intuído a importância do que havia encontrado, mas as ferramentas limitadas impediram um exame mais completo.
Com o suporte da Fundação Neuron, os cientistas utilizaram scanners LiDAR, que trabalham com lasers para calcular distâncias e criar modelos tridimensionais, e descobriram que o lago contém 8.335 m³ de água, o que equivale a aproximadamente 3,5 piscinas olímpicas. O corpo d’água mede 138 metros de comprimento por 42 metros de largura.
Audy e sua equipe relataram à National Geographic CZ que possuem planos de retornar ao lago, com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre os ecossistemas subterrâneos e os processos geológicos que influenciam a formação de estruturas desse tipo. O entendimento sobre a biologia e a geologia daquela região ainda é limitado, e investigar outras seções da caverna poderá oferecer muitas informações significativas sobre o que existe abaixo da superfície terrestre.
Com a recente descoberta, há um grande potencial para novas explorações e pesquisas. O lago pode não apenas fornecer insights sobre os fenômenos geológicos, mas também sobre a vida que se desenvolve em condições extremas longe da luz solar. Dentre as possíveis áreas de pesquisa, pode haver a identificação de novas espécies e o estudo dos ecossistemas singulares que se formam em ambientes subterrâneos.
Essa descoberta impressionante ressalta a importância das ferramentas tecnológicas modernas e a dedicação de cientistas em desbravar mistérios que permanecem escondidos longe de nossos olhos. Continuar a exploração desse lago não apenas ampliará nosso conhecimento sobre a geologia da região, mas também sobre a biodiversidade que talvez ainda esteja sendo revelada nas profundezas da terra.
Fique atento às novas descobertas e pesquise mais sobre como as tecnologias estão mudando a cena científica. As oportunidades de aprendizado e exploração são infinitas.