No início desta semana, Deise Moura dos Anjos, a principal suspeita de ter causado quatro mortes através de um bolo envenenado com arsênio, foi encontrada morta em sua cela. O trágico episódio ocorreu em dezembro do ano passado, durante uma confraternização em Torres, no Rio Grande do Sul.
Zeli dos Anjos, sogra de Deise, expressou seu profundo choque ao afirmar que nunca imaginou que a nora pudesse atingir tal grau de crueldade. Em uma entrevista concedida ao programa “Fantástico” no dia 16, Zeli declarou: “Eu sabia que ela era má, que ela fazia maldades, mas nunca que fosse chegar a um nível desses”.
A relação entre Deise e sua sogra era conturbada, de acordo com familiares das vítimas. Esta informação foi corroborada pela própria Deise em depoimentos. Através de um comunicado escrito em uma camiseta dentro da prisão, ela se declarou inocente, afirmando: “Eu não sou assassina”.
O drama de Zeli se intensifica com a perda de três entes queridos: suas duas irmãs, Maida e Neuza, e sua sobrinha Tatiana, filha de Neuza. Outra figura central na tragédia familiar é Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, que também teria ingerido arsênio, antes de falecer em setembro do ano passado, levando a suposições de que ele poderia ser mais uma vítima da nora.
Zeli lamentou não ter acreditado em alertas recebidos de amigos e familiares sobre a necessidade de realizar exames em Paulo. “Eu não quis acreditar em várias pessoas que me falavam: 'Faz o exame nele, faz o exame nele'. E eu achei impossível”, recordou a sogra angustiada.
Na tragédia, Zeli, o marido de Maida, Jefferson, e o filho de Tatiana, um menino de apenas 11 anos, conseguiram sobreviver. Por outro lado, João, o marido de Neuza, não consumiu o bolo, o que possivelmente lhe salvou a vida. Zeli sofreu de sintomas graves e precisou ser internada por mais de 10 dias. Durante as investigações, Deise negou qualquer envolvimento nas mortes, mas as autoridades descobriram evidências que sugeriam o contrário.
A polícia, após obter a ordem judicial, apreendeu o celular e o computador de Deise e encontrou indícios de que ela havia pesquisado em mais de 10 ocasiões termos como 'arsênio', 'veneno para o coração' e 'veneno para matar humanos'. “Ela não planejou comprar só o arsênio. A primeira pesquisa dela foi sobre o veneno mais mortal do mundo”, explicou um delegado encarregado do caso.
O caso chocou a comunidade local e levantou questionamentos sobre a segurança das famílias e a possibilidade de atos tão extremos dentro de um laço familiar. A história de Zeli e sua luta pela verdade e pela memória dos que perdeu se tornaram emblemáticas, fazendo ecoar uma reflexão necessária sobre o amor, a traição e a dor.
Esta tragédia nos lembra da fragilidade das relações, e como, em alguns casos, a maldade pode surgir de onde menos se espera. Para mais detalhes sobre essa situação perturbadora, convidamos os leitores a se aprofundar nas investigações e a discutir suas opiniões sobre como lidar com a violência em áreas familiares.