Uma anta albina foi avistada em uma plantação de soja em Nova Mutum, município localizado a 269 km de Cuiabá. O registro curioso e inédito no estado foi feito pelo fazendeiro Walter Becker Júnior no último domingo (16). O momento em que o animal correu ao lado de outra anta foi capturado em vídeo.
De acordo com a bióloga Ravena Mendonça, avistar antas albinas é extremamente raro. “Não é comum ver uma anta albina. No Brasil, só houve registro de dois machos albinos, ambos em áreas de Mata Atlântica”, explicou a especialista.
O fazendeiro, enquanto se preparava para a colheita ao lado de seu filho, avistou o animal e decidiu filmar. “Estávamos chegando quando vi um bicho branco atravessando junto com outro. No início, pensei que fosse um cachorro ou um porco. Quando nos aproximamos, percebi que eram duas antas. Uma normal e outra branca. Nunca soube que existia isso... é um bichinho muito bonito”, relatou Becker.
O albinismo, conforme detalhado pela bióloga, é uma anomalia genética resultante da deficiência de melanina, a proteína responsável por dar cor à pele e aos pelos. Essa condição também é observada em outras espécies de mamíferos, como macacos, morcegos, cervos e roedores.
Ravena acrescentou que as antas costumam buscar alimento em áreas de monocultura pela abundância de recursos, o que explica a presença deste animal no campo de soja.
“É importante ressaltar que as antas desempenham um papel vital na dispersão de sementes nas florestas tropicais, contribuindo para a regeneração de áreas degradadas”, enfatizou a bióloga.
As antas são conhecidas como os maiores mamíferos terrestres da América do Sul. Existem quatro espécies de antas no mundo: a anta-brasileira (Tapirus terrestris), a anta-da-montanha (Tapirus pinchaque), a anta-centro-americana (Tapirus bairdii) e a anta-asiática (Tapirus indicus). A anta-asiática é a maior das quatro, podendo atingir até 500 quilos, de acordo com o Grupo Especialista de Antas, conhecido como Tapir Specialist Group (TSG).
Os hábitos das antas-brasileiras são essencialmente solitários, e elas costumam viver sozinhas ou em pequenos grupos de até três indivíduos. Esses animais podem pesar até 300 quilos e medir de 1,70 a 2 metros de comprimento.
No Brasil, uma boa parte das antas-brasileiras habita o Pantanal e o norte da Amazônia, regiões onde encontram um status de conservação mais favorável. São herbívoras e se alimentam de frutas, plantas, flores, folhas, cascas e até galhos.
A presença de antas albinas, assim como de outras variantes raras da fauna brasileira, sublinha a importância da conservação de habitats e da biodiversidade. A visualização de um animal desse tipo é um indicativo não apenas da saúde dos ecossistemas locais, mas também da necessidade de esforços contínuos para proteger essas espécies e seus ambientes naturais.
Portanto, é fundamental que haja conscientização sobre a preservação das antas e outros animais, promovendo ações que garantam a sobrevivência e integridade dessas criaturas magníficas e importantíssimas para a biodiversidade.
Convidamos você a compartilhar suas opiniões sobre este incrível avistamento e a importância da conservação da fauna brasileira nos comentários abaixo!