No último desfile que realizou em Laranjeiras, o bloco Imprensa Que Eu Gamo celebrou seus 30 anos, atraindo um público de aproximadamente 12 mil foliões. Apesar do clima de despedida, a incerteza sobre o futuro abre espaço para discussões sobre possíveis mudanças no formato do bloco, que busca uma abordagem mais leve e simples para o carnaval.
A tarde deste sábado (15) estava marcada por uma vibração especial, onde foliões e admiradores se reuniram sob as sombras das árvores na Rua Gago Coutinho. Com início do desfile às 15h30, o evento, que conta com a participação de muitos que já passaram pelo bloco, remeteu a momentos nostálgicos, celebrando a importância do carnaval de rua na vida dos integrantes e do público.
Durante a apresentação, as porta-bandeiras revezaram-se no comando do estandarte, acompanhadas por sambas clássicos que marcaram a trajetória do Imprensa. Artistas da escola São Clemente e do bloco Simpatia É Quase Amor também estiveram presentes, trazendo um toque especial ao desfile. Uma das porta-bandeiras, Aline Prado, celebrou a data com um significado ainda mais especial, comemorando 11 anos de casamento, que teve seu início em um desfile do Imprensa.
Aziz Filho, que se emocionou durante seu papel como mestre-sala, compartilhou suas reflexões sobre a trajetória do bloco: "Trinta anos são uma vida. Já passamos por várias fases, da retomada do carnaval de rua ao agigantamento dos blocos. E com a vida pessoal de cada um também, aconteceram milhões de coisas nesses 30 anos." Ele ressalta que o bloco sempre foi um espaço para que os profissionais do jornalismo pudessem relaxar e brincar antes do carnaval.
Os dirigentes do bloco estão considerando um formato diferente para o futuro, entendendo que a atual estrutura de grandes desfiles pode não ser a melhor opção. "Eu não sei se é um adeus, acho que é um até logo. O Carnaval no Rio mudou, ele está mais no chão, mais leve, sem carro de som grande... Isso tudo acaba gerando bastante burocracia que queremos evitar", explica Rita Fernandes, uma das líderes do bloco.
Com a intenção de manter viva a essência do carnaval, os diretores discutem o que vem a seguir. Rita ressalta que, independentemente da nova forma, a paixão pelo carnaval permanecerá, afirmando: "A verdade é que somos todos muito carnavalescos e que alguma coisa vamos inventar". Aziz também compartilhou suas expectativas: "Queremos uma coisa mais tranquila, para voltar a ser só divertido".
Os foliões e componentes do bloco esperam ansiosos por novidades. Michelle Pinheiro Caldas, rainha da bateria do Imprensa nos últimos 15 anos, manifestou sua nostalgia: "É um bloco que começou pequeno e hoje está tão grande, aos 30 anos. Vai deixar muita saudade". Ela destaca a importância do evento para reencontrar amigos e celebrar a alegria que os jornalistas e profissionais do carnaval proporcionam através de seu trabalho.
O Imprensa Que Eu Gamo pode até estar se despedindo de um formato, mas a essência do carnaval e a vontade de reinvenção ainda estão muito presentes. Essa reflexão sobre o que significa ser um bloco carnavalesco no cenário atual promete animar os fãs e organizadores a encontrarem novas formas de celebrar e manter viva a tradição do carnaval carioca. Você também faz parte dessa história? Compartilhe suas memórias sobre o carnaval e o bloco nos comentários!