O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que seu país precisará expandir significativamente as forças armadas caso o pedido de adesão à OTAN seja negado. Durante a Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, ele destacou: "Se não tivermos a OTAN, a OTAN de verdade, faremos a OTAN na Ucrânia. Isso significa que precisamos aumentar nossos soldados, nosso Exército duas vezes. Temos 110 brigadas. A Rússia tem 220 brigadas".
Zelensky já havia exposto anteriormente que, apesar da reluctância do governo de Donald Trump em discutir a possível filiação da Ucrânia à aliança militar ocidental, essa adesão permanece como a melhor solução para garantir a segurança do país.
Recentemente, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, pareceu descartar as chances de a Ucrânia integrar a organização militar, afirmando que essa possibilidade não é realista. Ele ressaltou: "Os Estados Unidos não acreditam que a adesão da Ucrânia à OTAN seja um resultado realista de um acordo negociado".
Pendendo para a mesma visão, Trump expressou que não considera “prático” que a Ucrânia se junte à OTAN e também indicou que é improvável que o país consiga recuperar todo o território que perdeu para a Rússia.
O contexto dessa discussão está atrelado à intensa guerra entre Rússia e Ucrânia, que teve início em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. O ataque aconteceu por várias frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e através de Belarus, um forte aliado do Kremlin. Embora as forças leais ao presidente Putin tenham conseguido avanços logo nos primeiros dias da invasão, os ucranianos lutaram bravamente e conseguiram defender Kiev, apesar dos ataques sofridos.
Essa invasão gerou uma onda de críticas internacionais e levou a uma série de sanções econômicas contra o Kremlin. Já em outubro de 2024, a guerra na Ucrânia tornou-se considerada a mais perigosa até aquele momento, com as tensões aumentando após Putin ordenar o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário, que foi lançado durante um ataque em solo ucraniano. Embora o projétil tenha carregado ogivas convencionais, ele possui capacidade de levar armamento nuclear.
Esse lançamento ocorreu após a Ucrânia realizar uma ofensiva dentro do território russo, utilizando armamentos fornecidos por potências ocidentais, como Estados Unidos, Reino Unido e França. Além disso, há informes da inteligência ocidental indicando que a Rússia está utilizando tropas da Coreia do Norte no conflito, informação que tanto Moscou quanto Pyongyang não confirmaram nem negaram.
Vladimir Putin, que trocou seu ministro da Defesa em maio, alegou que as forças russas estão avançando de maneira muito mais eficaz e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora os detalhes dessa estratégia ainda não tenham sido divulgados. Por sua vez, Zelensky acredita que os principais objetivos de Putin incluem a ocupação total da região de Donbass, que abrange as áreas de Donetsk e Luhansk, além da expulsão das tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, da qual controlam partes desde agosto.