Usuários que participaram do projeto de escaneamento de íris em troca de pagamento estão enfrentando sérios problemas para acessar seus ganhos e obter suporte da empresa World, que gerencia essa iniciativa. A coleta biométrica foi promovida como uma nova abordagem de identificação digital e se expandiu rapidamente por áreas periféricas de São Paulo nos últimos meses.
As principais queixas giram em torno do World App, a ferramenta essencial para acessar a plataforma e armazenar as criptomoedas recebidas. No entanto, muitos relatos indicam falhas técnicas no sistema e a dificuldade em obter assistência da empresa.
Uma usuária, Vivian Caramaschi, de 48 anos, compartilhou sua experiência: "Tentei entrar em contato pelo chat do app várias vezes, mas o problema não foi resolvido. Então, decidi me dirigir até a loja, onde me informaram que talvez eu tivesse sido banida por alguma atividade suspeita. Mas que atividade? Não sei, e não deixei ninguém mexer no celular. Perdi a conta e o dinheiro". Na última terça-feira (11), a World suspendeu novos cadastros no Brasil após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibir a remuneração de usuários pela coleta de dados biométricos. O órgão expressou que muitos participantes não compreenderam os riscos envolvidos ou a finalidade do programa. A ANPD também exige que a World indique um responsável pelo tratamento de dados em território nacional, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Os usuários se perguntam o que realmente está ocorrendo com os pagamentos da empresa. A proposta original do projeto previa a liberação de 20 unidades da criptomoeda Worldcoin 24 horas após o escaneamento, além da distribuição de mais 28 moedas ao longo de um ano. Nos meses de dezembro de 2024 e janeiro de 2025, quando mais de 400 mil brasileiros participaram, o valor acumulado atingiu R$ 600, com base na cotação da moeda naquele período. Contudo, a partir de janeiro, a desvalorização da Worldcoin e a ausência de suporte têm dificultado ainda mais o acesso aos pagamentos pelos usuários. Em visitas a pontos de coleta em São Paulo, antes da interrupção do projeto, muitos relataram dificuldades em transferir valores, recuperar senhas ou reverter transações enviadas erroneamente.
A advogada Patrícia Peck, especialista em direito digital, destacou que o World App não está completamente traduzido para o português, contendo partes em inglês e espanhol, o que prejudica ainda mais a compreensão das normas pelos usuários. Advogados consultados sugerem que a World pode estar infringindo o Código de Defesa do Consumidor, e os afetados podem buscar a Justiça para tentar anular os contratos com a Tools for Humanity, responsável pela operação da plataforma.
Em resposta a essas questões, a World informou que não é capaz de quantificar a quantidade de usuários que enfrentam problemas, visto que todo o processo de verificação de identidade é anônimo. A empresa também ressaltou que seus colaboradores estão encarregados apenas de explicar a tecnologia e tirar as fotos, sem treinamento adequado para lidar com questões operacionais do aplicativo.
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