A União Europeia (UE) está se preparando para responder às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre aço e alumínio, conforme anunciado pela sua líder Ursula von der Leyen. Em uma declaração feita nesta terça-feira, ela afirmou: “A UE agirá para salvaguardar seus interesses econômicos”. Esta promessa de retaliação implica que produtos emblemáticos dos EUA, como bourbon, jeans e motocicletas, podem ser diretamente afetados.
As tarifas americanas, criadas na administração do presidente Donald Trump, não passarão despercebidas. Von der Leyen enfatizou que essas medidas “desencadearão posições firmes e proporcionais” da parte do bloco europeu. Com a imposição dessas tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, a chefe da UE reforçou que “tarifas são impostos – ruins para as empresas, piores para os consumidores”.
Como resposta imediata, o ministro de Comércio da UE convocou uma reunião de emergência para discutir as próximas ações do bloco. Além de von der Leyen, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, que atualmente preside a UE, destacou a importância da união entre os países membros. Ele declarou: “Tempos difíceis exigem essa solidariedade total”.
As contramedidas da UE também podem se assemelhar àquelas aplicadas durante a presidência anterior de Trump. Bernd Lange, presidente do comitê de comércio do Parlamento Europeu, alertou que as tarifas de retaliação podem rapidamente ser reativadas. Ele mencionou que produtos como motocicletas, manteiga de amendoim e uísque estão entre os alvos potenciais dessa nova fase de tensão comercial.
A Comissão da UE ainda não revelou quais produtos específicos serão afetados por futuras tarifas, mas há um consenso de que as medidas focarão principalmente nos Estados que tradicionalmente têm uma forte presença econômica. O chanceler alemão, Olaf Scholz, também se manifestou, afirmando que “se os EUA não nos deixarem outra escolha, a União Europeia reagirá unida”, ressaltando que “as guerras comerciais sempre custam prosperidade a ambos os lados”.
As indústrias de aço da Europa já começam a sentir o peso da situação. Henrik Adam, presidente da Eurofer, uma associação europeia de siderurgia, comentou que as tarifas americanas agravarão a crise na indústria europeia. Ele afirmou que a UE pode perder até 3,7 milhões de toneladas em exportações de aço, com os Estados Unidos representando 16% do total dessas exportações, o que evidencia a significância do mercado americano para o setor.
O vice-presidente da Comissão da UE, Maro Šefčovič, em seu discurso sobre a questão, destacou que as tarifas podem ser “economicamente contraproducentes”, especialmente considerando a interconexão das cadeias produtivas entre a Europa e os Estados Unidos. Ele reafirmou o compromisso da UE em proteger seus trabalhadores e consumidores, ao mesmo tempo enfatizando que “esse não é nosso cenário preferido”.
A qualidade do relacionamento comercial entre as duas regiões é evidente, considerando que a UE e os Estados Unidos realizam cerca de US$ 1,5 trilhão em trocas anualmente, representando aproximadamente 30% do comércio global. Embora a UE apresente um superávit de exportação, este é contrabalançado por um déficit no comércio de serviços com os EUA.
Ao definir as bases para uma possível retaliação, as ações da UE vão além de simples respostas a tarifas. Estão atreladas a um contexto mais amplo de relações internacionais e interesses comerciais. O clima tenso pode vir a impactar não apenas a economia europeia, mas também alterar a dinâmica do comércio global.
Com a situação em constante evolução, observa-se que as trocas comerciais e a diplomacia voltada para o comércio serão pontos-chave a serem monitorados. Para os consumidores e empresas, as implicações podem ser significativas se as tarifas se tornarem uma realidade persistente, afetando preços e disponibilidade de produtos no mercado.
Conforme a situação avança, é fundamental que as partes envolvidas busquem o diálogo e a resolução pacífica para evitar uma escalada que prejudique, em última análise, tanto a economia europeia quanto a americana.