As elevadas temperaturas registradas no Rio Grande do Sul nas primeiras semanas de fevereiro trouxeram à tona uma cena curiosa: cones de trânsito derreteram em Santa Maria, localizada na Região Central do estado.
Um vídeo que mostra esse fenômeno inusitado foi gravado por um transeunte e rapidamente se espalhou pelas redes sociais, alcançando mais de 250 mil visualizações desde a última segunda-feira (10).
A Prefeitura de Santa Maria esclareceu que os cones, feitos de um material emborrachado, cederam devido à intensa exposição ao sol e ao calor do asfalto durante cerca de três dias. Os cones estavam no estacionamento da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade e foram instalados na tarde da última sexta-feira (7).
"Por isso, acabaram ficando flexíveis, especialmente por conta de uma corrente que protege o estacionamento", informou a Prefeitura.
Na segunda-feira (10), após perceber a deformação, o governo municipal organizou a retirada e a substituição dos cones danificados.
Durante o período em que os sinalizadores estavam expostos ao sol intenso, as estações meteorológicas registraram temperaturas máximas de até 37ºC. O recorde no município foi alcançado na terça-feira (11), com temperaturas atingindo 40ºC, conforme dados da Climatempo.
Guilherme Borges, especialista da Climatempo Meteorologia, afirmou que "sim, isso é possível [os cones derreterem]. Eles estão diretamente sobre uma superfície que é naturalmente mais quente e, ao longo dos anos, têm sido fabricados com materiais plásticos menos resistentes".
A onda de calor é caracterizada por um aumento significativo das temperaturas em uma região durante um período prolongado. De acordo com os meteorologistas, para que esse fenômeno ocorra, as temperaturas precisam ficar pelo menos 5ºC acima da média por um tempo de cinco dias ou mais. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também define uma onda de calor quando há um aumento de 5ºC em relação à média mensal, independentemente do tempo que ela persista.
A Prefeitura de Santa Maria reafirmou que os cones de trânsito cederam devido à exposição ao sol e ao asfalto quente. Os cones, que estavam em posição fixada no estacionamento, foram expostos ao calor intenso durante todo o fim de semana, resultando na deformação. Após a remoção na manhã de segunda-feira, os cones foram descartados adequadamente e novos sinalizadores foram instalados.
A situação ilustra não apenas a força da onda de calor, mas também levanta questões sobre a escolha de materiais utilizados em sinalizações e a necessidade de adaptações para resistir a condições climáticas extremas.
Por fim, esse episódio é um lembrete sobre como as mudanças climáticas e o aumento da temperatura têm impactos diretos em nossa infraestrutura, que muitas vezes não está preparada para lidar com condições tão severas. Para muitos, a possibilidade de ver cones de trânsito se deformando sob o calor extremo é um sinal da gravidade da situação climática que enfrentamos atualmente.
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