Pierluigi Collina, ex-árbitro italiano e atual presidente da comissão de arbitragem da FIFA, fez uma proposta que pode mudar a dinâmica das cobranças de pênaltis no futebol. Ele defende o fim do rebote para o cobrador durante as penalidades no tempo regulamentar, alinhando essa prática ao que já acontece nas disputas de penais.
Collina é uma figura icônica no mundo do futebol, especialmente entre os torcedores brasileiros, pois foi o árbitro da final da Copa do Mundo de 2002, onde a Seleção Brasileira conquistou o pentacampeonato ao vencer a Alemanha. Sua nova proposta objetiva trazer mais justiça e clareza às cobranças de pênaltis, evitando que o jogador tenha uma segunda chance após um possível erro do goleiro.
A ideia de Collina é que a cobrança de pênaltis no tempo regulamentar siga a mesma regra aplicada nas séries de pênaltis. Isso significa que, caso o goleiro defenda a cobrança, não seria permitida uma nova tentativa pelo jogador. O ex-árbitro justifica sua sugestão afirmando que a maioria dos pênaltis resultam em gols, e que a segunda chance cria injustiça e confusão durante o jogo.
"Os goleiros deviam reclamar disso, pois 75% dos pênaltis já resultam em gol e, ainda assim, os atacantes têm uma segunda oportunidade se o goleiro defender. Os pênaltis deveriam ser cobrados uma vez só, assim como em séries decisivas, sem rebote", afirmou Collina em entrevista ao jornal espanhol La Reppublica.
A proposta de Collina acontece em um contexto onde a arbitragem tem se tornado um assunto cada vez mais debatido. Em 2022, o ex-árbitro já havia se envolvido em controvérsias ao sugerir que o tempo nos acréscimos das partidas fosse aumentada em relação às edições passadas, o que foi amplamente aceito na Copa do Mundo de 2022, onde a média foi de 10 minutos de acréscimos por partida.
Além disso, as olimpíadas de Paris 2024 trouxeram à tona uma discussão sobre a quantidade excessiva de minutos adicionados ao jogo, onde a seleção feminina de futebol, por exemplo, teve jogos com mais de 114 minutos em campo.
A implementação dessa nova regra poderia impactar significativamente a maneira como os times abordam as cobranças de pênaltis. Com o fim do rebote, os candidatos a cobradores teriam que se preparar melhor, sabendo que uma boa execução é fundamental, pois não haverá uma segunda oportunidade. Isso poderia aumentar a pressão sobre os jogadores, o que é uma variável que muitos torcedores e comentaristas esportivos acham que tornará os momentos de pênalti ainda mais emocionantes.
“Ou você marca, ou o jogo recomeça em tiro de meta. Isso evitaria toda a aglomeração na entrada da área também”, destacou Collina, reforçando a ideia de que a nova regra poderia também contribuir para uma partida mais fluida e menos tumultuada.
É essencial reconhecer que essa proposta deve passar por discussões internas entre árbitros e representantes dos jogadores, visto que mudanças nas regras do jogo podem ter repercussões amplas e inesperadas. O feedback de todos os envolvidos será crucial para avaliar a viabilidade e a aceitação dessa nova norma.
A polêmica e as opiniões sobre a proposta serão um testamento do quanto os amantes do futebol valorizam a justiça nas decisões de jogo e a fluidez das partidas. Além disso, se a FIFA decidir avançar com essa recomendação, pode-se esperar uma nova era de regras voltadas para uma maior equidade e menos disputas alimentadas pela interpretação dos árbitros.
A mudança na regra proposta por Collina poderia, portanto, transformar a experiência do futebol e impactar a maneira como cada partida é jogada. Sem dúvida, a discussão sobre a implementação dessa ideia continuará nos próximos dias, conforme mais jogadores e especialistas reagem à sugestão.