As redes sociais e os cassinos utilizam estratégias psicologicamente habilidosas para nos manter engajados por mais tempo. Essa manipulação é direta e eficiente: quanto mais tempo passamos nas plataformas, maior é o lucro gerado. Vários são os métodos que essas empresas empregam para capturar nossa atenção.
Por exemplo, os cassinos projetam seus ambientes de forma a evitar que os jogadores enfrentem decisões que possam interromper seu jogo. Um detalhe curioso é que esses espaços evitam ângulos retos, o que torna mais difícil para o jogador decidir sair ou continuar. Essa fluidez também se reflete em aplicativos como Instagram e Tinder, onde o design é feito para que não haja interrupções e a sensação de continuidade predomine, fazendo com que os usuários deslizem e rolem de forma interminável.
A renomada antropóloga Natasha Schüll revela que a relação dos indivíduos com a tecnologia pode ser vista em um espectro, onde o vício não se resume a um distúrbio clínico. Muitas pessoas podem sentir uma compulsão em usar aplicativos, mesmo desejando parar. Schüll adverte que a incapacidade de desligar o celular ou se perder no tempo desgastam não apenas o indivíduo, mas também suas relações sociais. “Se você abre um aplicativo sem motivo, se você perde a noção do tempo, isso é um sinal de alerta”, enfatiza.
Diferentemente de vícios mais tradicionais, como o alcoolismo, a dependência das redes sociais é invisível para os outros. Enquanto um alcoólatra pode ser identificado por amigos e familiares, a rolagem incessante de feeds nas mídias sociais não é percebida como uma problemática visível.
Apesar desses desafios, é possível implementar estratégias para desviar do ciclo vicioso. Essas técnicas exigem uma boa dose de autodisciplina e esforço. Um exemplo é o conceito de adição de atrito, que tem como premissa dificultar o acesso fácil e imediato aos aplicativos habituais.
A seguir, algumas dicas práticas para interromper a sequência de uso incontrolável:
Porém, é importante notar que essas soluções dependem de escolhas pessoais. Para uma mudança significativa ocorrer, é necessário abordar a raiz do problema: o design das plataformas que utilizamos. Comparando com o setor de jogos de azar, onde algumas regulamentações protegem os usuários, Schüll questiona por que essas mesmas práticas não são aplicadas às redes sociais.
As redes sociais estão intrinsecamente ligadas a nossa rotina diária e a forma como nos conectamos com o mundo. No entanto, entender os mecanismos que essas plataformas utilizam para nos manter engajados é fundamental para retomar o controle sobre nosso tempo online. Tornar-se consciente das nossas interações é o primeiro passo em direção a um uso mais saudável e equilibrado da tecnologia.
Convidamos você a compartilhar suas experiências e reflexões sobre o tempo que passa nas redes sociais. Tem alguma estratégia que utiliza para se desconectar? Deixe seu comentário abaixo!
Webcam Full HD Logitech C920s com Microfone Embutido e Proteção de Privacidadepara Chamadas e Gravações em Video Widescreen 1080p - Compatível com LogitechCapture
R$ 430,00
Vendido na Amazon