O recente lançamento do modelo DeepSeek, criado na China, provocou um grande impacto nos mercados globais de tecnologia. Este novo modelo, que apresenta um custo consideravelmente mais baixo e utiliza chips menos complexos, desestabilizou as perspectivas dos investidores ocidentais, resultando em uma acentuada queda nas ações de empresas líderes do setor, como a NVIDIA.
No meio dessa turbulência, economistas e especialistas europeus reavivaram uma teoria de 1865, conhecida como o Paradoxo de Jevons.
O Paradoxo de Jevons, proposto pelo economista inglês William Stanley Jevons, indica que quando um recurso se torna mais eficiente e acessível, a demanda por esse recurso pode aumentar em vez de diminuir. Quando aplicado ao atual cenário da inteligência artificial, a redução de custos e o aumento da eficácia dos modelos de IA podem, ironicamente, intensificar o consumo de inteligência artificial, ao invés de diminuir a necessidade de chips de alta tecnologia e de uma infraestrutura cara de data centers.
A iniciação do DeepSeek em 27 de janeiro de 2025 desencadeou uma forte reação no mercado financeiro, provocando a maior perda de valor de mercado registrada em um único dia por uma empresa até hoje: a NVIDIA viu uma queda de 17% em suas ações, equivalente a cerca de US$ 600 bilhões. Também houve significativas quedas nas ações de empresas europeias do setor de semicondutores, como a ASML e a BE Semiconductor, que sofreram perdas antes de mostrar algum tipo de recuperação.
Apesar do impacto inicial negativo, as ações das principais gigantes da tecnologia começaram a se recuperar, impulsionadas pela perspectiva de que a demanda por inteligência artificial possa continuar a crescer devido ao Paradoxo de Jevons. O CEO da Microsoft, Satya Nadella, comentou em um post na rede social X que "à medida que a IA se torna mais eficiente e acessível, veremos seu uso explodir, transformando-se em um recurso essencial e insubstituível".
Embora o Paradoxo de Jevons sugira uma explicação otimista para a continuidade do crescimento do setor de IA, alguns analistas expressam ceticismo sobre a real aplicabilidade dessa teoria ao contexto da inteligência artificial. Para muitos investidores, a valorização acelerada de empresas como a NVIDIA nos últimos anos pode não ter sustentabilidade se a eficiência dos modelos de IA diminuir significativamente a necessidade por chips de alta performance e por data centers de custo elevado.
Do mesmo modo, a crescente demanda por capacidade computacional para executar modelos cada vez mais complexos pode continuar a aquecer o mercado de tecnologia. Isso gera um dilema para as empresas e investidores: o futuro da IA será definido por um hardware mais avançado ou pela otimização de software que poderá reduzir a dependência de chips de última geração?
O debate acerca do impacto do DeepSeek e da aplicação do Paradoxo de Jevons no setor de IA ainda está longe de ser resolvido. Enquanto alguns acreditam que a diminuição de custos poderá aumentar ainda mais a adoção da tecnologia, outros alertam para mudanças estruturais que poderiam ameaçar empresas que dependem da comercialização de hardware tecnológico. Ao final, parece que a revolução da inteligência artificial está apenas começando, e a maneira como será alavancada nos próximos anos é uma incógnita para o mercado global.
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