Uma série de tremores sísmicos está colocando Santorini e outras ilhas gregas em estado de alerta. O secretário-geral do Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo, Rémy Bossu, emitiu um aviso preocupante ao afirmar que o maior terremoto da região ainda pode estar por vir.
O estado de emergência foi declarado na famosa ilha turística de Santorini devido à intensidade dos tremores, que se tornaram quase constantes nos últimos dias. Essa situação causou a retirada significativa de moradores e turistas. O terremoto mais forte até o momento foi registrado na quarta-feira, dia 5, com magnitude 5,2, sendo esse o primeiro a ultrapassar 5,0 desde o início da atividade sísmica na semana anterior.
Localizada na interseção das placas tectônicas africana e eurasiana, Santorini costuma vivenciar atividade sísmica. No entanto, a persistência e a intensidade dos tremores atuais são consideradas muito incomuns. Bossu destacou que, normalmente, após um grande terremoto, há uma redução na atividade sísmica, mas agora os tremores parecem aumentar em magnitude e frequência, o que não é um padrão habitual.
A série de pequenos tremores, que ocorreram a cada poucos minutos, teve magnitudes em torno de 3,0, que são classificados como "leves". O tremor de 5,2, por outro lado, é considerado "moderado" e foi seguido por pelo menos cinco outros tremores superiores a 4,0.
De acordo com Bossu, essa atividade sísmica é geralmente o que se denomina "pré-choque", um padrão que sugere que o maior terremoto ainda pode ocorrer. Até por isso, as autoridades locais estão adotando medidas de precaução, incluindo a evacuação de áreas em risco e a mobilização de equipes de resgate.
Diante dessa situação, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, visitou Santorini para avaliar a situação e os planos de emergência. Ele tranquilizou os residentes e expressou sua esperança de que o fenômeno se resolva rapidamente, permitindo que a ilha e as regiões vizinhas retomem a normalidade.
A intensa atividade sísmica já gerou impacto no turismo, uma das principais fontes de renda da ilha, que recebe anualmente mais de 3,4 milhões de visitantes e conta com cerca de 20.000 residentes permanentes. Até o momento, cerca de 11.000 pessoas teriam deixado Santorini em função dos tremores frequentes.
Beni Ouklala, uma das pessoas que decidiram deixar a ilha, expressou sua preocupação: "Vamos embora porque estou com medo, há terremotos constantemente, temos que sair para as crianças, para que elas possam se acalmar". Por outro lado, o capitão de um barco turístico, Eftichis Diamantopoulos, demonstrou uma perspectiva diferente: "Por que deveríamos ir embora? Se algo acontecer, acontece".
As autoridades gregas também organizaram voos adicionais para facilitar a evacuação, embora os esforços tenham sido complicados por condições climáticas adversas que interromperam temporariamente os serviços marítimos.
Os tremores que afetam Santorini não estão localizados diretamente abaixo da ilha, mas sim em uma área entre Santorini e a ilha de Amorgos, a cerca de 25 quilômetros ao nordeste de Santorini. Bossu destacou que a grande quantidade de tremores contribui para a ansiedade entre os moradores, uma vez que a evolução da situação é incerta.
A última vez que a região enfrentou um terremoto significativo foi em 1956, quando um tremor de magnitude 7,7 atingiu o sul de Amorgos, seguido por outro de 7,2 perto de Santorini. Esses eventos resultaram em destruição severa e causaram um tsunami de 25 metros, resultando na morte de 53 pessoas além de ferir outras 100.
Com a possibilidade de eventos sísmicos mais severos à frente, as autoridades e a população de Santorini estão em constante vigilância, esperando que a calma retorne à região o mais breve possível.
A situação atual exige atenção da comunidade internacional e respostas adequadas das autoridades. Continuam disponíveis informações e recursos para garantir a segurança dos residentes e visitantes da ilha. Fique atento às atualizações sobre a situação.