O Brutalista, um dos principais filmes de 2024, está pronto para estrear nos cinemas brasileiros no próximo dia 20 de fevereiro. Após sua exibição na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o longa, que foi indicado a dez categorias do Oscar, chega agora a um público mais amplo, que poderá descobrir sua tangente e emocionante narrativa.
Dirigido e produzido por Brady Corbet, o filme é um drama de época que narra a saga de László Tóth, interpretado por Adrien Brody. Ele é um húngaro-judeu que sobrevive ao Holocausto e migra para os Estados Unidos, em busca de uma nova vida após a devastação da Europa.
Junto à sua esposa Erzsébet, vivida por Felicity Jones, e à sobrinha órfã Zsófia, de quem havia se separado, Tóth tenta reconstruir sua existência nas Américas. Sua chance surge quando conhece Harrison Van Buren, interpretado por Guy Pearce, um industrial rico que percebe a experiência de Tóth na Bauhaus e lhe propõe um trabalho.
O protagonista é desafiado a construir um monumento modernista em uma deslumbrante paisagem americana. Este projeto não apenas pode trazer estabilidade financeira à sua família, mas também abrir portas para uma integração e aceitação no novo país.
Longo, mas completando um épico em sua narrativa, O Brutalista se destaca não só por sua trama envolvente, com 3h35 de duração, mas também pelos profundos temas que aborda. O filme trata de questões pertinentes de forma realista e tocante.
Embora a história siga a trajetória de ascensão e queda profissional de Tóth, ela também serve como um retrato das dificuldades encontradas pelos imigrantes no período pós-guerra. Diferente de muitos filmes que retratam os horrores da guerra, O Brutalista se concentra nas experiências dos sobreviventes enquanto tentam redirecionar suas vidas, mesmo diante de traumas e dificuldades financeiras.
No caso de Tóth, ele tem a oportunidade de recomeçar, mas enfrenta obstáculos significativos. Além de não conseguir apagar completamente suas mágoas, é confrontado com o preconceito que assola os imigrantes em sua nova terra.
Ao interagir com aqueles que detêm poder na sociedade, Tóth se depara com o desprezo por sua condição. Este tema, especialmente relevante no contexto atual dos Estados Unidos, ecoa questões de imigração que se tornaram cada vez mais evidentes, especialmente após as deportações durante o governo de Donald Trump.
O filme consegue fazer uma representação sensível dos sonhos de quem abandona sua terra natal em busca de um novo futuro. Ele também discute o papel da arte nas novas realidades destes imigrantes, ao mesmo tempo em que presta uma homenagem ao estilo arquitetônico brutalista, que é rústico, minimalista e autêntico, assim como a obra em si.
Embora longas metragens sejam comuns em Hollywood, a duração de O Brutalista ainda é considerada extensa, mesmo para os padrões da indústria. A média de duração dos filmes indicados ao Oscar nos últimos anos tem girado em torno de 2h10 a 2h30.
A produção explica que a duração do filme reflete a complexidade de sua narrativa, que é estruturada em três atos, os quais detalham as diferentes fases da vida do protagonista.
A obra inicia com uma abertura, seguida pela primeira seção, intitulada O Enigma da Chegada, e uma segunda parte chamada O Núcleo Duro da Beleza, culminando em um Epílogo, A Primeira Bienal de Arquitetura. Estas divisões possibilitam uma imersão nas múltiplas experiências de Tóth, tanto em sua jornada pessoal quanto profissional, e contribuem para o tom grandioso da narrativa.
A fim de enfatizar a singularidade de sua história, Corbet optou por filmar O Brutalista em VistaVision de 70 milímetros, um formato de película popular nas décadas de 1950 e 1960, que tem se tornado raro com a ascensão do IMAX.
A expectativa para a estreia de O Brutalista é alta, especialmente dado seu tempo de exibição de 3h35, que será dividido em sessões com 15 minutos de intervalo.