Marcio Tannure, ex-gerente de saúde e alto rendimento do Flamengo, fez duras críticas às recentes mudanças no departamento médico do clube, após ser demitido no dia 4 de janeiro, logo após a nova administração liderada por Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap. A nomeação de José Luiz Runco, que já teve um relacionamento conturbado com Tannure, para o cargo de diretor médico geral gerou controvérsias.
Em uma entrevista ao podcast Charla, Tannure desabafou: “Bap diz que vem profissionalizar e traz só pessoas que estavam aposentadas, há mais de 10 anos fora do mercado... Você manda embora todos os funcionários que você investiu, que você educou, paga a rescisão para eles, mais de 60 pessoas, e ex-profissional do Flamengo é peça rara no mercado. Eu não considero isso profissionalismo.”
Ele questionou a lógica por trás das demissões em massa, enfatizando que se tratava de um desequilíbrio nas decisões tomadas pela nova diretoria: “Se for numa empresa séria, ninguém vai fazer isso. Isso é profissionalismo ou pessoalismo?” Tannure também enfatizou que foi pego de surpresa com a mudança de postura da nova gestão, comparando a situação a promessas de campanha política que não se cumprem.
“Óbvio que existem muitas coisas que precisavam ser mudadas, mas isso não justifica os fatos que estão à vista. O grupo que se formou lá teve conquistas excepcionais. Por isso, afirmo que para mim é zero profissionalismo,” acrescentou, reforçando sua insatisfação em relação à condução do departamento médico ao longo das mudanças.
A relação entre Tannure e Runco é marcada por um histórico de rivalidade que começou em 2017, quando ocorreu um desentendimento relacionado a cirurgias no elenco. Apesar disso, Tannure não guardou ressentimentos, dizendo que não tinha nada contra Runco: “Eu fui mandado embora, não foi uma escolha minha. Mas eu acho que foi o melhor para mim e o melhor para o clube.”
A demissão de Tannure e a subsequente mudança na gestão do departamento médico também trouxe receios entre os membros da equipe. Reportagens apontam que, sob a nova direção, mais de 40 pessoas foram desligadas. Runco, que não atuava em um clube há quase uma década, rapidamente causou um clima de incerteza na equipe.
A escolha de Runco pode ter gerado desconforto interno, já que muitas decisões que ele tomou inicialmente foram revertidas pelo departamento de futebol. Com sua nomeação como chefe do DM, Fernando Sassaki, anteriormente responsável pelo setor médico da base, foi promovido a diretor do departamento profissional.
As declarações de Tannure refletem um momento desafiador para o Flamengo no que diz respeito à gestão de seus recursos humanos e profissionais de saúde, levantando questões sobre o futuro do clube diante de tais mudanças drásticas.
Como o Flamengo lidará com as repercussões dessa reestruturação no departamento médico? Essa é uma questão que provavelmente será discutida nos próximos dias à medida que o clube busca superar as dificuldades geradas por essa transição.