A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo determinou o afastamento de Guilherme Solano, diretor do presídio da corporação, nesta quarta-feira, dia 5. Essa decisão ocorreu logo após uma ação conjunta que revelou a presença de 23 celulares e outros objetos proibidos dentro das celas de agentes que se encontram detidos.
O afastamento de Solano acontece um dia após uma força-tarefa formada por promotores do Ministério Público e delegados da Corregedoria investigar denúncias de que policiais civis encarcerados estavam utilizando dispositivos móveis para se comunicar com pessoas do lado de fora.
Embora a Secretaria da Segurança Pública (SSP) ainda não tenha se pronunciado sobre o afastamento de Solano, o nome de seu substituto ainda não foi divulgado. A equipe de reportagem tentou contato com o ex-diretor, mas não obteve resposta.
Na quinta-feira, 6, está prevista uma reunião para discutir o futuro do presídio, considerando as irregularidades encontradas. Há uma pressão considerável entre os investigadores para que a unidade seja interditada, levantando a possibilidade de transferir os policiais civis para o sistema penitenciário estadual.
Localizado na Zona Norte de São Paulo, o presídio abriga policiais civis envolvidos em investigações por diversos tipos de crimes.
Os celulares foram descobertos em celas de vários agentes detidos, incluindo dois policiais identificados como Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como Xixo, e Valmir Pinheiro, apelidado de Bolsonaro. Ambos já estavam presos antes mesmo da morte do empresário Vinicius Gritzbach, sob a acusação de tráfico de drogas.
Gritzbach, que foi assassinado a tiros em novembro do ano anterior, havia denunciado esses policiais por corrupção, alegando que eles extorquiam dinheiro de criminosos em troca de proteção.
A descoberta de itens nas celas incluiu:
De acordo com as regras do presídio, o uso de telefones não é permitido aos policiais que estão encarcerados. A reportagem também não conseguiu localizar as defesas de Xixo e Bolsonaro para que se pronunciassem sobre o caso.
A força-tarefa associada ao caso Gritzbach atualmente mantém 26 pessoas sob custódia. Entre elas, estão 22 policiais, tanto civis quanto militares, incluindo três suspeitos diretamente relacionados à execução do empresário.
As investigações sobre o assassinato de Gritzbach giram em torno da possibilidade de que membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) tenham cooptado policiais, contratando-os para realizar o crime, uma vez que ele havia delatado diversos criminosos e agentes.