Uma moradora de Gama, no Distrito Federal, conseguiu descobrir a identidade de sua mãe biológica após um longo período de 17 anos em busca de suas origens. A Polícia Civil do DF está investigando se Jéssica de Almeida Queiroz Daniel, de 32 anos, foi, de fato, vítima de adoção ilegal logo após seu nascimento.
Segundo Jéssica, a revelação sobre sua adoção aconteceu quando ela tinha apenas 15 anos. Desde então, sua vida tomou um novo rumo, levando-a a buscar ativamente informações sobre sua mãe biológica. De acordo com a Polícia, tanto a mãe adotiva, residente no DF, quanto a mãe biológica, que vive em Cidade Ocidental, Goiás, admitiram que a adoção ocorreu fora dos padrões legais.
Os exames que confirmaram a maternidade biológica foram realizados na segunda-feira (3) pelo Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA), e Jéssica obteve os resultados na tarde de terça-feira (4), diretamente das mãos do delegado-chefe da 3ª Delegacia de Polícia, Victor Dan, e do diretor do IPDNA, Samuel Ferreira.
A investigação da Polícia Civil se estende para entender as condições que cercaram a adoção de Jéssica e veicula a possibilidade de outras adoções irregulares relacionadas à mesma mãe biológica. Outro aspecto que será averiguado é se a adoção ocorreu por razões financeiras ou por um suposto “motivo nobre”. A polícia já identificou outras duas pessoas que podem ter vínculos de adoção, e a relação delas com Jéssica como irmãs biológicas será objeto de verificação.
Jéssica, que é técnica de enfermagem, relatou a importância que essa descoberta teve em sua vida. Ao contar sua história, ela enfatizou que a busca por origem começou após um amigo, enquanto ela trabalhava no bar da família, ter questionado se ela conhecia seus pais biológicos. Com isso, Jéssica iniciou uma série de perguntas à sua família adotiva, e sua mãe, eventualmente, confirmou que havia adotado a menina recém-nascida.
No ano de 2023, Jéssica decidiu compartilhar sua trajetória nas redes sociais, onde recebeu sugestões de que sua busca poderia ser facilitada através de uma plataforma de ancestralidade, que conecta pessoas por meio de exames de DNA. Após realizar o teste e compartilhar seus dados em diferentes plataformas, Jéssica conseguiu encontrar uma prima biológica que reside nos Estados Unidos. Essa prima, em conversas, mencionou o nome de uma tia, que poderia ser a sua mãe biológica.
Em 2024, Jéssica formalizou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, estabelecendo um contato com a mulher que poderia ser sua mãe. A mãe biológica concordou em fazer o teste de DNA, e os resultados confirmaram essa relação. Jéssica expressou sua emoção ao receber os resultados, dizendo: "Pegar o resultado hoje é como se a ficha ainda não tivesse caído".
As investigações em curso também buscam entender os detalhes que cercaram o nascimento de Jéssica, que ocorreu em 23 de abril de 1992, em um hospital público na Asa Norte. A polícia investiga relatos de que, após o parto, a mãe biológica teria sido levada por um casal para um apartamento na Asa Sul, onde deixou a criança sob os cuidados de outra família, que entregou Jéssica à sua mãe adotiva. Espera-se que esses elementos clarifiquem a situação complexa de sua adoção.
A busca por respostas permite que casos de adoção irregular sejam trazidos à luz e que pessoas como Jéssica possam entender mais sobre suas origens.
Para você, quais são os dilemas éticos e psicológicos que envolvem questões de adoção ilegal? Compartilhe suas reflexões e experiências nos comentários abaixo.