Na sua trajetória como técnico, Alex, ex-jogador de destaque, passou por desafios significativos durante sua passagem pelo Antalyaspor, clube da Turquia. No período de sete meses à frente do time, ele enfrentou uma gestão complexa e questões financeiras que afetaram sua experiência como treinador.
Uma das principais dificuldades foi a estrutura de comando do clube, que operava sob uma gestão tripartite. Essa divisão incluía o presidente da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o presidente do clube associativo e um grupo de ex-presidentes vitalícios chamado 'Dernek'. Alex descreveu essa configuração como uma verdadeira batalha interna, o que impactou diretamente seu trabalho.
“A minha participação foi de crescimento e de uma experiência absurda, porque o modo do Antalyaspor gerir o seu clube é diferente. Eu, particularmente, não conhecia e vivenciei isso por quase sete meses. Minha relação era com o presidente da SAF, mas o que acontece lá entre eles era uma guerra”, destacou Alex.
Além disso, a falta de pagamento de salários foi uma realidade dura para o treinador e sua equipe. Alex brincou sobre a situação, afirmando que sua esposa chamava a experiência de trabalho como “filantrópica”, já que a equipe trabalhou sem receber em meses seguidos. “Trabalhamos quase sete meses e recebemos só o primeiro mês”, contou.
Mesmo com um desempenho em campo considerado mediano, com 44% de aproveitamento em 21 jogos, seu período pelo Antalyaspor foi marcado por momentos singulares e desafiadores. Alex ainda lidou com situações externas complexas, como a crise entre Irã e Israel e a guerra entre Ucrânia e Rússia, que impactaram a vida de seus jogadores.
“Vem o problema entre o Irã e Israel com muita força e a família de um jogador israelense nosso. Há um jogador ucraniano, mas a família dele estava lá naquele problema entre Ucrânia e Rússia”, disse ele.
Atualmente, Alex busca seguir sua carreira como treinador, agora no São Paulo, onde atua na categoria Sub-20. Ele mencionou ter recebido propostas de clubes de várias divisões, mas seu foco está em encontrar um projeto que o permita crescer profissionalmente. “Eu quero um time que construa, que saia de trás jogando, que marque pressão, que marque alto”, enfatizou.
Embora o Antalyaspor tenha sido sua terceira experiência no comando de uma equipe, foi a primeira fora do Brasil. Ele é bem reconhecido na Turquia, especialmente por sua trajetória no Fenerbahçe, um dos maiores rivais do clube onde atuou como técnico.
Durante sua passagem pelo Antalyaspor, Alex aprendeu muito sobre a dinâmica do clube e como interagir com diferentes partes envolvidas na gestão. “Eu sou um cara muito curioso, que questiona muito para tentar entender o processo de onde estou. Realmente foi algo novo, mas que como experiência para um ser humano e para um treinador foi muito legal”, compartilhou.
Alex também comentou sobre as dificuldades que enfrentou, como a falta de contratações esperadas e como o tipo de contrato dos jogadores estrangeiros e turcos complicava ainda mais a situação. Ele percebeu que o Antalyaspor operava em um ambiente com baixo investimento em comparação a outros clubes na liga.
Sobre o ambiente competitivo da liga turca, ele destacou que a força física é um aspecto predominante, mencionando a presença de muitos jogadores africanos e do leste europeu. “Muita força, muita briga, muita luta, pouca variação tática”, analisou Alex, refletindo sobre as características do futebol local.
Alex está ciente de que sua jornada como treinador está apenas começando. Ele é otimista quanto ao futuro e busca experiências que o ajudem a evoluir. “Quanto mais trabalhos eu tiver, mais condições de evoluir como treinador eu vou ter”, finalizou.
Ao compartilhar sua experiência, Alex abre um espaço para discutir os desafios enfrentados por treinadores em ligas estrangeiras e o impacto que a gestão dos clubes pode ter no desempenho das equipes. Se você gostou desse artigo, não se esqueça de comentar e compartilhar!