A Apple consolidou-se como a marca que mais vendeu celulares em 2024, conforme indicado pelo relatório recente da Canalys. O estudo revela que tanto a Apple quanto a Samsung obtiveram 18% de participação no mercado, embora a fabricante da maçã tenha superado a concorrente com 225,9 milhões de unidades enviadas, enquanto a sul-coreana registrou 222,9 milhões.
A diminuição de um ponto percentual em partes do mercado para ambas as empresas reflete os desafios enfrentados no setor. A Apple conseguiu compensar as quedas de vendas observadas na China com um desempenho robusto na América do Norte e na Europa. Já marcas alternativas, especialmente as chinesas, seguem em ascensão, com a Xiaomi marcando uma presença significativa e atingindo uma participação global de 14%. No mesmo contexto, o grupo TRANSSION, que inclui as marcas Tecno, Itel e Infinix, detém 9%, enquanto a OPPO alcança 8%.
O iPhone 15 se destacou como o celular mais vendido do ano, uma tendência que já se manifestou anteriormente, onde o modelo mais popular não é necessariamente o mais recente. Isso se dá, em parte, pela breve disponibilidade da linha iPhone 16, que permaneceu no mercado por apenas quatro meses. Apesar disso, tanto o iPhone 16 Pro quanto o Pro Max apresentaram um desempenho satisfatório, com vendas 11% superiores em comparação aos modelos predecessores de 2023.
A Samsung, como outra gigante do setor, registrou o maior volume de vendas da linha Galaxy S desde 2019, com particular interesse pelo modelo Ultra. Segundo Sanyam Chaurasia, analista sênior na Canalys, os dispositivos da série Galaxy A também desempenham um papel crucial nas estratégias de crescimento da empresa.
Além disso, a Canalys apresentou dados que evidenciam um crescimento de 7% no mercado de celulares, marcando a primeira recuperação após dois anos consecutivos de queda. O analista Runar Bjørhovde atribuiu essa expansão a vários fatores. “A demanda tem aumentado no segmento de massa, devido a um ciclo de atualização de dispositivos que estavam em uso desde a pandemia. Economias mais maduras também estão em processo de recuperação, com crescimento na China de 4%, na América do Norte de 1% e na Europa de 3%”, destacou.
No entanto, o cenário para 2025 apresenta desafios que as empresas deverão enfrentar. Bjørhovde observou que diversos mercados estão se aproximando de um estado de saturação, além de fatores econômicos instáveis e tarifas que os Estados Unidos impõem, que poderão criar incertezas no futuro do setor.