Em pronunciamento recente, o Kremlin manifestou que ainda é muito cedo para discutir as negociações de paz sugeridas pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. As declarações foram enfatizadas durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (3), onde preocupações sobre a legitimidade de Zelensky foram novamente levantadas.
O presidente da Ucrânia, em entrevista à Associated Press, expressou seu apoio a um formato de negociações que envolveria os Estados Unidos, Ucrânia, Rússia e a União Europeia. Zelensky alertou que seria "muito perigoso" para Washington e Moscou prosseguirem com discussões de paz que não incluíssem a participação da Ucrânia.
A proposta de Zelensky surge em um cenário onde o presidente dos EUA, Donald Trump, havia indicado que já existiam diálogos entre os governos americano e russo a respeito da situação na Ucrânia. No entanto, Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que não há contatos diretos em andamento entre os dois países.
Ao ser questionado sobre a proposta de Zelensky para um formato de diálogo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que, até o momento, ninguém havia discutido seriamente a composição dos participantes das negociações. “Estamos partindo da suposição de que o presidente ucraniano não tem o direito de manter tais negociações”, declarou Peskov.
Além disso, o governo russo argumenta que a ausência de eleições na Ucrânia, desde que o mandato de Zelensky expirou, devido à vigência da Lei Marcial, questiona a sua autoridade para firmar um acordo de paz. Essa alegação é categoricamente rejeitada por Kiev, que considera a posição russa como uma manobra para complicar ainda mais o processo de negociação.
Peskov também destacou a dificuldade em discutir o formato das negociações em razão de um decreto de 2022 assinado por Zelensky, que proíbe tais tratativas enquanto Vladimir Putin for o presidente da Rússia. Ele acrescentou que discutir a composição dos participantes sem a revogação desse decreto seria precipitado.
Não obstante, as tensões entre os líderes continuam. Até o momento, não houve conversas diretas entre Vladimir Putin e Donald Trump, que não se comunicaram desde a posse deste último. Peskov comentou que contatos estavam “aparentemente” planejados, mas nada de novo foi formalizado até agora.
A Rússia está considerando a possibilidade de que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos se tornem locais adequados para um encontro entre os presidentes russo e americano.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, que teve início em fevereiro de 2022, abriu um novo capítulo na geopolítica mundial, com conflitos abrangendo diversas frentes, incluindo a Crimeia e Belarus, aliada ao Kremlin. As tropas de Putin, apesar dos avanços iniciais, não conseguiram manter o controle total sobre a capital ucraniana, Kyiv, que foi alvo de intensos ataques.
Criticada internacionalmente, essa invasão resultou em sanções severas contra a Rússia. A situação se agravou ainda mais no final de 2024, com a guerra chegando a um marco que analistas consideram o mais perigoso até o presente momento. Em um ataque, Putin ordenou o uso de mísseis hipersônicos, que possuem potencial nuclear, em solo ucraniano. A decisão ocorreu após a Ucrânia realizar uma ofensiva em território russo com o apoio de armamentos ocidentais.
Além disso, há alegações de que a Rússia estaria utilizando tropas da Coreia do Norte no conflito, embora ambas as nações não tenham confirmado nem negado essas informações.
Vladimir Putin afirmou que, sob sua nova liderança militar, as forças russas estão progressivamente avançando e que o país alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, sem dar muitos detalhes. Por sua vez, Zelensky identificou que os principais alvos de Putin incluem a ocupação total da região de Donbass, que envolve as províncias de Donetsk e Luhansk, e a expulsão das tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, que estão sob controle ucraniano desde agosto.
O conflito gerou repercussões significativas, mudando o cenário geopolítico e aprofundando as fraturas entre nações. A dinâmica das negociações de paz, se ocorrerem, precisará considerar diversas variáveis e as diferentes visões das partes envolvidas.
Com a situação cada vez mais incerta, é fundamental que os cidadãos se mantenham informados sobre os eventos que ocorrem na Ucrânia e na Rússia. O que você pensa sobre os recentes desenvolvimentos na relação entre esses países? Compartilhe sua opinião nos comentários.