Astrônomos anunciaram que o asteroide 2024 YR4 possui 1,2% de chance de colidir com a Terra em 2032. Esta rocha espacial foi descoberta em dezembro do ano passado e, atualmente, o risco do impacto é considerado alto, mas não há motivos para preocupação imediata. O astrofísico Jonti Horner, professor da Universidade Southern Queensland, explicou essa situação em uma publicação no The Conversation.
Quando foi descoberto, o 2024 YR4 havia acabado de passar pela Terra. Agora, ele segue em direção às regiões mais distantes do Sistema Solar — em abril, estará tão longe que nem mesmo os maiores telescópios do mundo conseguirão identificá-lo. Contudo, as observações realizadas nas últimas semanas permitiram que os astrônomos extrapolassem o movimento do asteroide ao longo de sua órbita ao redor do Sol.
“No momento, nossos melhores modelos do movimento do asteroide têm incerteza de aproximadamente 100 mil quilômetros em sua posição no momento em que estiver mais perto da Terra”, explicou o professor. É importante notar que nosso planeta apresenta cerca de 12 mil quilômetros de diâmetro, o que coloca a Terra dentro dessa região de incerteza.
Os cálculos atuais sugerem que as chances de impacto são de 1 em 77, o que significa que há 76 em 77 possibilidades de que o asteroide nos “errar”. “Com cada nova observação do asteroide 2024 YR4, o conhecimento que os astrônomos têm sobre sua órbita aumenta levemente — é por isso que as probabilidades de colisão que você vê online continuam mudando”, ressaltou Horner.
Além disso, a rocha espacial irá se aproximar novamente do nosso planeta em 2028, ficando a cerca de 8 milhões de quilômetros de nós. Nesta nova visita, os astrônomos poderão entender melhor o tamanho e formato do asteroide, bem como prever onde ele estará em 2032. “Ao final desse encontro, saberemos com certeza se haverá uma colisão em 2032. E, se houver, poderemos prever onde será essa colisão na Terra — provavelmente com uma precisão de algumas dezenas de quilômetros”, acrescentou o professor.
Por enquanto, é difícil determinar o tamanho do objeto e sua composição. “O cenário mais provável é que o asteroide seja uma pilha de detritos rochosos. Se for esse o caso, o impacto seria muito semelhante ao Evento de Tunguska, em 1908”, sugeriu Horner. Isso indicaria que o asteroide se detona na atmosfera, causando uma ampla onda de choque.
Outra possibilidade é que o asteroide seja composto de metal, embora essa probabilidade seja menor. “Se for assim, o asteroide atravessaria a atmosfera e atingiria a superfície da Terra. Se isso ocorrer em solo, resultaria em uma nova cratera de impacto, possivelmente com mais de um quilômetro de diâmetro e algumas centenas de metros de profundidade. Seria um espetáculo para a região ao redor do impacto — mas não mais do que isso”, explicou Horner.
Essas possibilidades podem parecer assustadoras, mas é fundamental lembrar que demonstram como a detecção desses objetos vem se tornando cada vez mais precisa. “Nos últimos anos, descobrimos 11 asteroides pouco antes de atingirem nosso planeta. Em cada um dos casos, previmos onde eles iriam cair e observamos os resultados”, recordou o professor. Além disso, a NASA testou uma técnica para desviar asteroides potencialmente perigosos com grande sucesso. “Pela primeira vez em mais de 3 bilhões de anos de vida na Terra, podemos tomar medidas em relação ao risco representado por rochas espaciais. Portanto, não entre em pânico! Em vez disso, sente-se e assista ao espetáculo”, concluiu.