Lara Bertelli, de Bicas (MG), perdeu a mãe aos 12 anos e decidiu morar com o padrasto. Recentemente, ela viralizou com uma publicação em que enumera tudo o que ele fez por ela. "Ele não tem ideia do quanto é extraordinário ter me adotado, ter ficado comigo, não ter me abandonado", afirma, em um vídeo viral que emocionou milhares de pessoas.
Nem sempre a relação de enteados com padrastos ou madrastas é simples, mas o caso de Lara Bertelli, 21, uma influenciadora da cidade de Bicas (MG), é, definitivamente o oposto. Tanto que, aos 12 anos, quando perdeu a mãe, foi o padrasto, Arilson Monteiro, quem ficou ao lado dela. Até hoje, eles vivem grudados. Lara, hoje, é mãe de Juliana, 3 anos, e o avô também faz de tudo pela neta.
Em uma publicação no Instagram, Lara enumerou algumas das coisas que seu padrasto fez por ela que "nenhum pai biológico faria". “Quando foi sair com a minha mãe pela primeira vez, chegou para buscá-la e eu não parava de chorar. Em vez de ir embora, ele pediu para entrar, sentou-se ao meu lado no sofá e eu parei de chorar na mesma hora e grudei nele”, conta. Quando isso aconteceu, Lara tinha apenas 2 anos. “Quando eu tirei minha habilitação, ele me deu o carro novo dele, e andava de carro velho, para que eu pudesse estar no novo dele”, diz, em outra foto. “Foi o primeiro a chegar na minha casa quando a Juliana nasceu. Passou um mês reformando a casa em que eu ia morar com a minha filha depois do serviço”, cita, entre muitas outras atitudes.
Em entrevista à CRESCER, Lara explicou que a homenagem é apenas uma das muitas que ela costuma fazer para ele. “Sempre tivemos uma relação muito boa. Nunca brigamos, nunca mesmo”, afirma. Ela lembra, inclusive, que quando era pequena e levava bronca da mãe, corria direto para ele. Quando Lara nasceu, seus pais já eram separados. Ela teve contato com o pai biológico até os 6 anos. No início, ia para a casa dele a cada quinze dias. “Na maioria das vezes, ele não estava e eu ficava com a minha avó e com a minha tia. Eu gostava muito, mas não via meu pai. Quando comecei a entender aquilo, perguntei para a minha mãe se eu era obrigada a continuar indo”, relata. Ela, então, passou a ir esporadicamente.
“Quando minha mãe faleceu, eu tinha 12 anos e meu pai biológico tentou tirar a guarda do meu padrasto. Minha irmã ficou com ele. Eu não tinha contato, não queria vê-lo nem pintado, mas nunca tive mágoa ou rancor”, diz. “Há uns 3 anos, ele descobriu que estava com câncer. Minha irmã já tinha voltado a morar comigo e com o meu padrasto. Poucos meses antes de ele falecer, pediu que eu fosse ao hospital. Lá, me pediu perdão por tudo”, conta.
Arilson ficou muito feliz com a homenagem da enteada, que se espalhou na internet. “Ele ficou muito emocionado. Ele não tem noção do quanto que ele fez por mim. É uma pessoa muito digna, muito honesta e, para ele, aquilo era simplesmente o certo. Ele não tem ideia do quanto é extraordinário ter me adotado, ter ficado comigo, não ter me abandonado, ter me dado um carro, ter me apoiado, ter me dado uma casa, deixar de ter tudo que ele demorou anos para construir, abrindo mão para que eu tivesse, sabe?”, pontua.
Lara conta que recebeu muitas mensagens de pessoas emocionadas com a história. “Toca na ferida de muita gente — de quem não teve pai, de quem teve padrasto, de quem sofreu um abuso, de quem é mãe solo, de quem não teve a oportunidade de ter uma sorte grande, como eu tive”, avalia. “Fico muito feliz por conseguir fazer essa homenagem para ele em vida”, acrescenta.