Questões como peso, torque do motor e emissões de ruídos exigem peças diferentes
Carros elétricos têm diversas particularidades que já conhecemos, como motor silencioso com torque instantâneo e baterias muito pesadas. Essas diferenças exigem que peças comuns a modelos a combustão atendam a essas demandas, mas pouca gente dá atenção: os pneus.
“Embora as estruturas internas —como talões, lonas, materiais, ombros, entre outros— permaneçam as mesmas em termos de componentes, houve a necessidade de realizar algumas alterações para suportar a carga adicional de um veículo elétrico”, explicou Renato Siqueira, gerente de serviços técnicos ao cliente da Continental Pneus na América do Sul.
Segundo ele, a evolução dos pneus para veículos elétricos visa atender algumas necessidades:
“Não podemos deixar de mencionar que o pneu é o único componente de um veículo que está em contato direto com o solo e sofre todas as forças resultantes da atitude do veículo, como aceleração, frenagem e deslizamento lateral nas curvas. Portanto, a segurança é uma característica essencial em todos os projetos, atendendo às rigorosas especificações dos fabricantes de veículos”, disse.
Durabilidade menor
Siqueira também explicou que os pneus para carros elétricos tendem a se desgastar mais devido a essas características desses carros.
“Pneus para veículos de combustão de alta potência são projetados para proporcionar alta tração. Já os veículos elétricos podem gerar forças comparáveis às de veículos de combustão de alta potência, graças ao torque instantâneo e elevado gerado pelo motor”, disse.
O executivo afirmou que os veículos elétricos convertem a energia elétrica armazenada na bateria diretamente em rotação e torque utilizando apenas o inversor. Esse sistema otimizado, com menos componentes e menores perdas de energia, proporciona uma eficiência geral de cerca de 85%.
Pneu Continental para carros elétricos: peça precisa ser mais silenciosa e suportar o torque instantâneo — Foto: Divulgação
Por outro lado, disse Siqueira, um veículo a combustão transforma energia em movimento por meio da caixa de câmbio, que controla a relação de transferência de potência, ajustando a rotação e o torque fornecidos por esse sistema mecânico e distribuídos para o eixo de tração. “Todo esse processo, somado à perda de energia gerada pela combustão (energia térmica e sonora), reduz a eficiência do motor, que fica em torno de 35%, em média”.
“A principal razão para o desgaste acelerado dos pneus em veículos elétricos é sua maior eficiência em transformar a energia aplicada diretamente em movimento”, resumiu o gerente da Continetal, que lembra que as irregularidades das estradas e o estilo de direção também são fatores importantes que contribuem para uma menor quilometragem na vida útil dos pneus independente do tipo de carro.
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